Acesso - Flávia, como foi a sua
trajetória no jornalismo?
Formei em 2007, pela UFJF, mas comecei a trabalhar na TV
Alterosa em 2006, como Assistente de Comunicação. Nessa época surgiu a
oportunidade de apresentar e produzir um programa de variedades chamado
“Frequência X” e também de escrever algumas matérias para um caderno do jornal
Estado de Minas, onde comecei a ter as primeiras lições de jornalismo para TV.
Em 2010 me tornei repórter-produtora do Jornal da Alterosa, onde atuo até
hoje.
Acesso - Como repórter-produtora,
como você define uma matéria investigativa?
No tempo que estou na TV pude perceber que uma matéria
investigativa é aquela em que o repórter não se contenta apenas com a
informação que é repassada para todos. Ele vai além, questiona, busca novos
fatos, é um trabalho quase que solitário, sempre focado no interesse
público.
Acesso - O uso de câmeras escondidas
é muito discutido no jornalismo investigativo. Qual a sua opinião a respeito
disso?
Para mim a câmera escondida só deve ser usada em situações
em que não há menor possibilidade de se fazer uma matéria, de interesse
público, usando os recursos normais. Entretanto, não devemos nos esquecer que
estamos em uma era em que as tecnologias da comunicação permitem que não só os
jornalistas, mas também os cidadãos comuns utilizem esses recursos. E então o
que fazer quando esses materiais chegam até nós? Uma boa questão a ser
refletida.
Acesso - Como você pensa que a
internet e as tecnologias influenciaram na profissão do jornalista
investigativo?
A internet e suas novas ferramentas vieram para ampliar as
possibilidades de trabalho dos jornalistas investigativos. Sai na frente quem
sabe tirar melhor proveito do que ela oferece e não se deixa enganar pela
facilidade imediata de obter respostas.
Hoje documentos e informações públicas estão mais acessíveis
nesse meio e o trabalho de fazer levantamentos e cruzar dados, essenciais no
jornalismo investigativo, ficaram mais fáceis. Mas não devemos esquecer que
essa é apenas uma parte do trabalho. A internet não faz nada sozinha.
Acesso - O que o público pode
esperar de seu workshop no IX Fórum das Comunicações?
No meu
workshop pretendo mostrar algumas ferramentas web que podem auxiliar na
apuração jornalística e que também podem facilitar o trabalho dos profissionais
que trabalham na área investigativa. Vamos falar também sobre
jornalismo de dados e sobre um assunto que precisa ser amplamente discutido e
conhecido: A Lei de Acesso à Informação. No final espero que seja uma prazerosa
troca de ideias.
Entrevista por: Iara Campos
Coordenadora do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Júnior