sábado, 28 de abril de 2012

ENTREVISTA COM FLÁVIA CRIZANTO (PRODUTORA - TV ALTEROSA)


Acesso - Flávia, como foi a sua trajetória no jornalismo?
Formei em 2007, pela UFJF, mas comecei a trabalhar na TV Alterosa em 2006, como Assistente de Comunicação. Nessa época surgiu a oportunidade de apresentar e produzir um programa de variedades chamado “Frequência X” e também de escrever algumas matérias para um caderno do jornal Estado de Minas, onde comecei a ter as primeiras lições de jornalismo para TV. Em 2010 me tornei repórter-produtora do Jornal da Alterosa, onde atuo até hoje. 

Acesso - Como repórter-produtora, como você define uma matéria investigativa?
No tempo que estou na TV pude perceber que uma matéria investigativa é aquela em que o repórter não se contenta apenas com a informação que é repassada para todos. Ele vai além, questiona, busca novos fatos, é um trabalho quase que solitário, sempre focado no interesse público. 

Acesso - O uso de câmeras escondidas é muito discutido no jornalismo investigativo. Qual a sua opinião a respeito disso?
Para mim a câmera escondida só deve ser usada em situações em que não há menor possibilidade de se fazer uma matéria, de interesse público, usando os recursos normais. Entretanto, não devemos nos esquecer que estamos em uma era em que as tecnologias da comunicação permitem que não só os jornalistas, mas também os cidadãos comuns utilizem esses recursos. E então o que fazer quando esses materiais chegam até nós? Uma boa questão a ser refletida.

Acesso - Como você pensa que a internet e as tecnologias influenciaram na profissão do jornalista investigativo?
A internet e suas novas ferramentas vieram para ampliar as possibilidades de trabalho dos jornalistas investigativos. Sai na frente quem sabe tirar melhor proveito do que ela oferece e não se deixa enganar pela facilidade imediata de obter respostas. 
Hoje documentos e informações públicas estão mais acessíveis nesse meio e o trabalho de fazer levantamentos e cruzar dados, essenciais no jornalismo investigativo, ficaram mais fáceis. Mas não devemos esquecer que essa é apenas uma parte do trabalho. A internet não faz nada sozinha. 

Acesso - O que o público pode esperar de seu workshop no IX Fórum das Comunicações? 
No meu workshop pretendo mostrar algumas ferramentas web que podem auxiliar na apuração jornalística e que também podem facilitar o trabalho dos profissionais que trabalham na área investigativa. Vamos falar  também sobre jornalismo de dados e sobre um assunto que precisa ser amplamente discutido e conhecido: A Lei de Acesso à Informação. No final espero que seja uma prazerosa troca de ideias. 

Entrevista por: Iara Campos
Coordenadora do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Júnior


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