Acesso - Você é professora no CES há
quanto tempo? Qual é a matéria?
Lúcia - Sou
professora há oito anos e estou no CES desde 2006. Leciono para o ciclo comum
(Jornalismo e Publicidade e Propaganda) as disciplinas Ética na Comunicação e
Fundamentos e Evolução do Jornalismo. No curso de Jornalismo leciono ainda
Legislação em Jornalismo e Jornalismo online e no curso de Publicidade e Propaganda,
as disciplinas Legislação em Publicidade e Propaganda e Marketing online.
Acesso - Há algum tempo alguns
programas jornalísticos tem adotado uma linha editorial um pouco diferente. Por
exemplo, um programa de TV mostra que se um policial prende três bandidos pode
pedir música. Isso fere a ética e os princípios do jornalismo?
Lúcia - A
primeira questão a responder é se esse tipo de programa é jornalístico. Entendo
que não. Hoje mistura-se o entretenimento e o jornalismo de uma forma que
confunde o receptor (no caso o telespectador). Eugênio Bucci, professor de
Ética da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), diz que não existe
jornalismo sem ética. Quando não há ética, é qualquer coisa menos jornalismo: proselitismo,
entretenimento. Considerando o jornalismo como fruto do processo democrático e
da garantia do direito à informação do cidadão, não podemos conceber como
Jornalismo qualquer atividade que descumpra esses fundamentos básico.
Acesso - Como a ética interfere no
Jornalismo Investigativo?
Lúcia - Acho
que a pergunta correta seria o Jornalismo investigativo fere a ética
jornalística? Essa é uma linha tênue que muitas vezes, na ânsia pela
informação, inúmeros profissionais ferem princípios éticos. O Código de Ética
dos Jornalistas Brasileiros - pouco conhecido, pouco apoiado e pouco usado - é
um balizador para as ações do jornalismo. A ética no jornalismo
investigativo é constantemente discutida, principalmente no que circunda seus
métodos, como o uso de câmeras escondidas, a invasão da privacidade, entre
outros. É preciso que o jornalista tenha base das leis que regem a sociedade
e o código de ética de sua profissão.
Acesso - Qual é o tema e qual será o
foco do seu workshop?
Lúcia - O tema
e o foco serão a discussão: É possível fazer jornalismo investigativo sem ferir
os princípios éticos e a legislação brasileira?
Acesso - Você já tinha ouvido falar
dos eventos da Acesso? Qual é a sua expectativa para o IX Fórum das
Comunicações de Juiz de Fora e região?
Lúcia - Conheço
os eventos realizados pela Acesso e acredito que este Fórum, em particular, com
a presença de nomes tão importantes no jornalismo brasileiro como Leandro
Fortes, Edson Sardinha e Daniela Arbex pode oferecer reflexões fundamentais
para o jornalismo que realmente queremos e acreditamos.
Entrevista por: Renan Romano
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Júnior
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