quarta-feira, 9 de maio de 2012

PÓS-EVENTO: DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES


“Gostei bastante do evento e principalmente da escolha do tema. As palestras não poderiam ter sido melhores, com profissionais com carreiras consolidadas na área, como a Daniela Arbex, que expôs muito bem suas matérias de grande destaque (não só em Juiz de Fora, mas algumas de alcance nacional) e; Leandro Fortes, que debateu muito bem sobre o papel do jornalista em geral. O workshop com a Flávia Crizanto, sobre as ferramentas digitais no jornalismo investigativo, também foi bastante esclarecedor em alguns pontos. Valeu muito a pena ter participado do evento e espero que tenham muitos outros durante minha temporada na faculdade, pois contribuem bastante para a nossa formação”.
Leonardo Alves – 3º período diurno


"Acho muito importante que a Facom tenha eventos desse tipo, levantando algumas discussões sobre a prática do jornalismo. É bom trazer alguns profissionais para mais perto da Faculdade para que todos possam fazer análises sobre o jornalismo de verdade, sem deixar de pensar no que queremos para a nossa vida profissional. É bom perceber que esses jornalistas estão tão perto da gente e que estão acessíveis e abertos para discutir. A Acesso está de parabéns pelo evento, pela presença do Leandro Fortes, da Daniela Arbex e do Edson Sardinha em diálogo com os estudantes e com os professores Márcio Guerra e Iluska Coutinho."
Caio Cardoso de Queiroz – 6º período noturno


“Em minha opinião, o IX Fórum das Comunicações foi um sucesso! A palestra da Daniela Arbex, do Edson Sardinha e do Leandro Fortes foram ótimas, porque cada um da sua maneira mostrou um pouquinho pra gente de como fazer Jornalismo investigativo no Brasil. O Workshop de produção, com a Michele Pacheco e com o Robson Rocha, também foi muito bacana, por ser um momento mais dinâmico, e onde os profissionais ficam mais próximos dos participantes. As perguntas saíam mais livres e pudemos conversar bastante sobre o dia-a-dia do jornalista investigativo em Juiz de Fora. A Acesso Comunicação Jr. está mais uma vez de parabéns, demonstrou eficiência e profissionalismo!”
Laura Firmo de Carvalho – 3º período diurno



"Participar dos eventos da Acesso Jr. é sempre algo engrandecedor. Com o IX Fórum das comunicações não foi diferente. Com o tema “Jornalismo Investigativo”, o evento proporcionou para nós, aspirantes a jornalistas, um contato com profissionais que atuam no mercado de forma efetiva e muito premiada. Daniela Arbex, Edson Sardinha e Leandro Fortes de maneira louvável nos mostraram que o jornalista não pode abandonar nunca seu instinto de apuração, demonstrando persistência para investigar a fundo os fatos relevantes à sociedade. Portanto, para praticar um jornalismo investigativo é necessário deixar a preguiça de lado, ir às ruas gastar solas de sapato e estar ciente de que muitos processos penais podem ser abertos em seu nome."
Fabrício Andrade – 4º período diurno

quarta-feira, 2 de maio de 2012

ENTREVISTA COM MICHELE PACHECO E ROBSON ROCHA


Acesso - Como foi a trajetória de vocês como jornalistas?
Michele - Eu me formei na Universidade Federal de Juiz de Fora em janeiro de 1996. Trabalhei um ano com assessoria de imprensa. Depois, cobri férias na TV Alterosa em julho/agosto de 97. Fui contratada em outubro do mesmo ano e permaneço na empresa até hoje.
Robson - Comecei em outubro de 1988 como estagiário do departamento de engenharia da TV Globo. Fui contratado como câmera de estúdio, depois cinegrafista do depto. de engenharia, comercial e programação. Em 1995, passei para o depto. de jornalismo. Em julho de 1996, fui contratado pela TV Alterosa.

Acesso - Como é o trabalho de cinegrafia no jornalismo investigativo?
Michele e Robson - Tem que ser discreto, xereta, curioso e atento. As gravações são feitas em carros descaracterizados, escondido em obras, no meio do mato...
Muitas vezes, utilizando equipamentos menores ou microcâmeras. Criando condições para os envolvidos não serem reconhecidos. Ajudando no levantamento de informações, negociando com fontes...

Acesso - O que vocês acham do uso de câmeras escondidas na produção de matérias? Vocês          já fizeram uso dessa prática?
Michele e Robson - Em alguns casos, a câmera escondida facilita o registro da denúncia e a cobrança de providências. A TV Alterosa já utilizou esse recurso sim e com bom resultado. Hoje, com os celulares de boa qualidade, qualquer pessoa pode ter a sua "Câmera escondida". Esse tipo de recurso é mais utilizado hoje no telejornalismo, incentivando uma participação do telespectador no jornal. Mas, em casos mais complicados, que envolvam polícia e política, a câmera escondida é mais segura.

Acesso – Vocês já se envolveram em problemas maiores como ameaças ou coisas do gênero em algum trabalho investigativo?
Michele e Robson - Todo profissional que gosta dessa área mais investigativa enfrenta ameaças e pressões. Nós fizemos uma vez uma matéria sobre uma delegada de Juiz de Fora que recebeu uma denúncia de tráfico de drogas, chamou os denunciados e mostrou o depoimento dos denunciantes. Assim, eles identificaram de onde partiu a denúncia e ameaçaram de morte a família que denunciou. A mulher, o marido e o filho pequeno tiveram que se mudar do bairro com medo de morrer. Quando o material foi ao ar, começaram as pressões por parte da Polícia Civil, inclusive com vinda de um delegado de Belo Horizonte. Nossos celulares foram grampeados e permaneceram assim por mais de uma semana. Essa informação chegou a um juiz que é nosso amigo, ele nos procurou e disse que tomaria providências. No dia seguinte, não estávamos mais no grampo.

Acesso - Como controlar a situação para que tais coisas não ocorram?
Michele e Robson -
É impossível impedir a pressão com matérias fortes, de denúncia. Ela pode vir de forma branda ou ostensiva, mas sempre vem. O importante é cumprir com a obrigação de todo jornalista e ouvir todos os lados da história. Se alguém não quiser falar, isso é informação para a matéria. Guardar todos os documentos usados na apuração do fato também é essencial para o caso de processo.

Acesso - Qual a diferença mais marcante do jornalismo investigativo pro jornalismo convencional?
Michele e Robson - O investigativo garante matérias mais elaboradas, com informações e imagens mais completas. No jornalismo convencional, do dia a dia, a gente nem sempre tem tempo para valorizar as pautas. Tempo de jornal, correria por factuais, sobrecarga na edição... Existem muitos motivos que fazem com que o jornalismo convencional seja feito com menos profundidade. Por isso, quando exibimos matérias investigativas, elas se destacam e ganham ar de reportagem especial.

Acesso - O que as pessoas podem esperar do workshop de vocês para o evento?
Michele e Robson -
Um bate papo descontraído, em que vamos buscar mais ouvir as dúvidas dos inscritos e trabalhar em cima disso. Vamos levar alguns exemplos de materiais que consideramos pertinentes para mostrar o trabalho investigativo. A partir das histórias de bastidores desses casos e do material que foi ao ar, vamos provocar um debate para ouvir opiniões e tirar dúvidas. Defendemos que o instinto investigativo deve fazer parte do cotidiano jornalístico. De uma simples matéria de reclamação de bairro pode surgir uma denúncia bombástica. Para isso, basta treinar a curiosidade e a atenção.

Entrevista por: Júlia Cavalcanti
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Júnior



ENTREVISTA COM PROFESSORA LÚCIA SCHMIDT



Acesso - Você é professora no CES há quanto tempo? Qual é a matéria?
Lúcia - Sou professora há oito anos e estou no CES desde 2006. Leciono para o ciclo comum (Jornalismo e Publicidade e Propaganda) as disciplinas Ética na Comunicação e Fundamentos e Evolução do Jornalismo. No curso de Jornalismo leciono ainda Legislação em Jornalismo e Jornalismo online e no curso de Publicidade e Propaganda, as disciplinas Legislação em Publicidade e Propaganda e Marketing online.

Acesso - Há algum tempo alguns programas jornalísticos tem adotado uma linha editorial um pouco diferente. Por exemplo, um programa de TV mostra que se um policial prende três bandidos pode pedir música. Isso fere a ética e os princípios do jornalismo?
Lúcia - A primeira questão a responder é se esse tipo de programa é jornalístico. Entendo que não. Hoje mistura-se o entretenimento e o jornalismo de uma forma que confunde o receptor (no caso o telespectador). Eugênio Bucci, professor de Ética da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), diz que não existe jornalismo sem ética. Quando não há ética, é qualquer coisa menos jornalismo: proselitismo, entretenimento. Considerando o jornalismo como fruto do processo democrático e da garantia do direito à informação do cidadão, não podemos conceber como Jornalismo qualquer atividade que descumpra esses fundamentos básico.

Acesso - Como a ética interfere no Jornalismo Investigativo? 
Lúcia - Acho que a pergunta correta seria o Jornalismo investigativo fere a ética jornalística? Essa é uma linha tênue que muitas vezes, na ânsia pela informação, inúmeros profissionais ferem princípios éticos. O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros - pouco conhecido, pouco apoiado e pouco usado - é um balizador para as ações do jornalismo. A ética no jornalismo investigativo é constantemente discutida, principalmente no que circunda seus métodos, como o uso de câmeras escondidas, a invasão da privacidade, entre outros. É  preciso que o jornalista tenha base das leis que regem a sociedade e o código de ética de sua profissão.

Acesso - Qual é o tema e qual será o foco do seu workshop?
Lúcia - O tema e o foco serão a discussão: É possível fazer jornalismo investigativo sem ferir os princípios éticos e a legislação brasileira?

Acesso - Você já tinha ouvido falar dos eventos da Acesso? Qual é a sua expectativa para o IX Fórum das Comunicações de Juiz de Fora e região? 
Lúcia - Conheço os eventos realizados pela Acesso e acredito que este Fórum, em particular, com a presença de nomes tão importantes no jornalismo brasileiro como Leandro Fortes, Edson Sardinha e Daniela Arbex pode oferecer reflexões fundamentais para o jornalismo que realmente queremos e acreditamos.

Entrevista por: Renan Romano
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Júnior