quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Entrevista: Renata Vargas

"Acordar pela manhã e imaginar que vai fazer algo diferente
 é a proposta que devemos percorrer como meta diária na profissão." 

Renata Vargas, jornalista e professora do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, dá algumas dicas para quem pretende seguir a profissão no jornalismo televisivo e fala mais sobre seu workshop no evento “Além das Câmeras: o dia a dia da reportagem”.

Acesso: Como teve início sua carreira jornalística? Qual foi sua trajetória?
Renata Vargas: Comecei minha vida profissional quando estava no quarto período da FACOM e era aluna do professor Márcio Guerra. Ele trabalhava na rádio Solar e como eles precisavam de uma pessoa para uma das vagas, ele me indicou. É com muita alegria que credito a ele meu início da vida profissional. De lá pra cá, trabalhei em emissoras de rádio como repórter e em emissoras de TV como produtora, repórter e apresentadora e, na maior parte da carreira, como editora de reportagem.

Acesso: O que você destaca de mais interessante na sua rotina trabalho?
Renata Vargas: O mais interessante da rotina do trabalho é não cair na rotina... Muitas vezes, o processo da produção jornalística é semelhante. Mas o jornalista precisa fugir disso para ser o diferencial no mercado. Cair na rotina é praticamente dar um salto ao fracasso. Acordar pela manhã e imaginar que vai fazer algo diferente é a proposta que devemos percorrer como meta diária na profissão.

Acesso: Quais são os principais desafios do jornalismo televisivo?
Renata Vargas: A correria de uma redação é um grande desafio. Ao mesmo tempo que precisamos fazer nosso trabalho de maneira diferenciada, esbarramos num terrível problema: a falta de tempo e o dead-line. Esses fatores são armadilhas para o profissional. Além disso, o jornalista que trabalha em TV atua com outra pressão que é a guerra da audiência. A concorrência estimula algo saudável, mas também algo mortal para o jornalista. Muitas vezes, busca-se a liderança e não a qualidade do trabalho. Ser líder de audiência não significa, necessariamente, que a emissora faz um trabalho de qualidade. Esses são os grandes desafios do jornalismo de TV. Ah, outro desafio é deixar a vaidade de lado. É bacana e gostoso ser reconhecido, mas a vaidade não deve vir em primeiro lugar, mas sim, o profissionalismo.

Acesso: O que você recomenda para os estudantes de jornalismo que desejam se especializar no audiovisual? Quais são as alternativas mais interessantes para complementar a formação na área?
Renata Vargas: Eu costumo dizer que os textos de rádio e TV são simples, objetivos mas não significam pobreza vocabular. É necessário ler muito e escrever também! TV tem uma coisa interessante que é a empatia e credibilidade que o profissional que aparece no vídeo precisa ter. Para quem é tímido, a dica é recorrer a cursos de teatro e interpretação. Assim como na dramaturgia, o jornalista precisa, em várias oportunidades, exercer um personagem e o teatro ajudará muito a desempenhar esse papel. Outra dica é investir na voz, que é a identidade da pessoa. Uma boa postura vocal, uma boa inflexão e leitura diferenciada vão dar ao estudante um plus na carreira. Além disso, o estudante precisa saber fazer de tudo dentro da redação: produzir, pautar, editar e fazer matérias. Esse pode ser um grande segredo.

Acesso: Qual será o tema e o enfoque do seu workshop no evento da Acesso?
Renata Vargas: Vou abordar as mudanças que a redação vem enfrentando ao longo dos anos. Essas alterações na configuração da redação têm influência direta no dia-a-dia do profissional, que deve estar preparado para isso. Além disso, pretendo mostrar que há maneiras e maneiras de se fazer uma reportagem para TV. Vou mostrar alguns exemplos e tentar dinamizar o processo envolvendo os participantes durante o bate-papo. O jornalismo contemporâneo está assumindo uma outra "cara" e todos devem estar aptos para encarar esses desafios. 

Acesso: O que o público pode esperar do seu workshop?
Renata Vargas: Acho que oportunidades como essa são únicas para um estudante de jornalismo. É complicado, às vezes, para o aluno, ouvir as teorias sem ter o exemplo prático do que aprende na sala de aula. Ouvir profissionais que conhecem o mercado, que já atuaram de maneira marcante é muito importante para os futuros jornalistas. Depois de 16 anos trabalhando em redações, hoje, faço um caminho muito interessante: sou professora de uma faculdade particular de Juiz de Fora (Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora - CES/JF) e faço mestrado em Comunicação e Identidades, na FACOM. Essa experiência profissional, acrescida da experiência acadêmica, adquirida recentemente, é que proporciona uma boa química para os alunos. Eu já fui aluna e sei disso muito bem. Ouvir uma pessoa com experiência dando aula é enriquecedor. É o que pretendo passar para o público e espero contribuir, pelo menos, com uma parte do aprendizado deles.

Janaína Almeida
Núcleo de Jornalismo Acesso Comunicação Jr.

O workshop de Renata Vargas acontece dia 20 de outubro, às 17hrs, na Facom Se inscreva agora mesmo na sede da Acesso ou pelo email contato@acessojr.com. 
Outras informações: (32)2102-3614

Apoio e patrocínios:


Um comentário: