quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Entrevista - Guilherme Leitão



Profissional do setor de Publicidade e Propaganda mais de 14 anos, passando por praticamente todas as áreas dentro de uma agência, de estagiário a proprietário. Atualmente atua como Sócio-Diretor Executivo e Diretor de Criação da Buena Vista Marketing Guerreiro. Bacharel em Publicidade e Propaganda (FACSUM), especialista em Marketing Estratégico (PUC-Minas), Master in Business Administration (Ibmec) e aperfeiçoado em Balanced Scorecard (Ibmec) e Marketing Digital (Certificação 8 P's).
  
Acesso: Qual diferencial você acreditava estar faltando no mercado de publicidade e propaganda quando a Buena Vista foi proposta?
Guilherme Leitão: Nossa ideia foi exatamente o profissionalismo. Dentro do mercado, todo mundo chega até um certo ponto e não cresce a partir daquele ponto. Então nossa ideia era criar uma agência que puxasse esse profissionalismo pro mercado, que fosse produtiva e não ficasse pensando só no próprio umbigo, que aproximasse todas as agências e mostrasse para elas que publicidade, fazer publicidade, não é só executar layout, fazer peça ou planejar uma mídia, também tem a parte de administração do negócio em si. Foi até na época que, no Clube de Criação, a gente se aproximou do SESC. Foi uma iniciativa nossa, na época eu era diretor junto com o Armando, e a gente contratou o SEBRAE e hoje é desenvolvido o polo de publicidade de juiz de Fora, que é exatamente esse treinamento que em Gestão, RH, Marketing da própria empresa, justamente para profissionalizar o mercado, encurtar as distâncias e diminuir preços.

Acesso: A que fatores os profissionais da área devem se atentar para não realizar um trabalho apenas comum?
Guilherme Leitão É uma questão bem relativa. O grande lance para você fazer um trabalho realmente competente é, você, primeiro, saber o que o seu cliente realmente precisa. Nem sempre o que ele quer é o que realmente ele precisa. O profissional também tem que saber o que ele faz, entender o que o mercado precisa e estar preparado para argumentar com o cliente. A grande sacada é você romper a barreira com o cliente para ele entender que a agência não é um mero executor, a agência é paga para pensar.

Acesso: Como você considera que a publicidade e a propaganda se inserem na vida das pessoas?
Guilherme Leitão: Na verdade a publicidade chegou em um certo ponto dela ser entretenimento. Tem gente que gosta de ver intervalo, gosta de grandes propagandas. As propagandas, hoje em dia, na internet, as pessoas acham engraçado, compartilham o link de propagandas “gringas” que são engraçadas, que tem um tom de humor com sérias questões. Então, a propaganda também tem que deixar de ser só aquela coisa blasé, varejão. Claro, tem as peculiaridades necessárias para clientes que precisam disso, mas as publicidades criativas seduzem as pessoas, a pessoa interage com isso. E como vivemos um ambiente capitalista, a propaganda é intimamente ligada com a vivência da pessoa. Hoje se você acha uma marca interessante, se você tem uma ideia mais pacifista ou se você é um ecoguerrilheiro é por causa da propaganda, é por causa do marketing. O Greenpeace faz um marketing muito forte, por exemplo. Uma série de questões que influenciam a vida das pessoas por causa da propaganda, do marketing. Até porque o fundamento dessas atividades é exatamente este: convencer as pessoas de uma ideia ou de um produto para gerar consumo desse produto ou mesmo de um ideal.

Acesso: Como as pessoas se inserem ou influenciam a publicidade e a propaganda?
Guilherme Leitão: A pessoa é um fator muito forte. O brasileiro, por exemplo, tende a ser muito hipócrita. Ele acha a propaganda “gringa” muito engraçada quando ela fala do sexual ou, até mesmo, quando usa um humor negro. Agora se isso é feito no Brasil causa uma polêmica tremenda, então entra a CONAR. A CONAR é interessante porque ela é autorregulamentada, são as agências de propaganda que formam o CONAR, então, justamente para evitar um pouco essa censura nós criamos a nossa própria censura como uma forma de termos o domínio do que é comunicado. Hoje as pessoas tem uma insistência nesse ponto de moral que cria muito essa crítica na propaganda.

Acesso: O que as pessoas podem esperar da sua participação no evento?
Guilherme Leitão: A minha ideia é levar vivência prática, trocar ideia, abrir o assunto. Eu acho que ficar só falando é cansativo e entra em um ouvido e sai pelo outro. A troca é muito mais positiva. Quero levar algumas coisas que aconteceram de propaganda na vida e da vida na propaganda e abrir para as pessoas discutirem isso. A interação vai ser o grande ponto da palestra, que é o necessário nesse tipo de evento.


Entrevista por Daniel Aguiar

Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Jr.

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