Acesso:
Qual diferencial você acreditava estar faltando no mercado de publicidade e
propaganda quando a Buena Vista foi proposta?
Guilherme
Leitão: Nossa ideia foi exatamente o profissionalismo.
Dentro do mercado, todo mundo chega até um certo ponto e não cresce a partir
daquele ponto. Então nossa ideia era criar uma agência que puxasse esse
profissionalismo pro mercado, que fosse produtiva e não ficasse pensando só no
próprio umbigo, que aproximasse todas as agências e mostrasse para elas que publicidade,
fazer publicidade, não é só executar layout, fazer peça ou planejar uma mídia,
também tem a parte de administração do negócio em si. Foi até na época que, no
Clube de Criação, a gente se aproximou do SESC. Foi uma iniciativa nossa, na
época eu era diretor junto com o Armando, e a gente contratou o SEBRAE e hoje é
desenvolvido o polo de publicidade de juiz de Fora, que é exatamente esse
treinamento que em Gestão, RH, Marketing da própria empresa, justamente para
profissionalizar o mercado, encurtar as distâncias e diminuir preços.
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A que fatores os profissionais da área devem se atentar para não realizar um
trabalho apenas comum?
Guilherme
Leitão É uma questão bem relativa. O grande lance para você
fazer um trabalho realmente competente é, você, primeiro, saber o que o seu
cliente realmente precisa. Nem sempre o que ele quer é o que realmente ele
precisa. O profissional também tem que saber o que ele faz, entender o que o
mercado precisa e estar preparado para argumentar com o cliente. A grande
sacada é você romper a barreira com o cliente para ele entender que a agência
não é um mero executor, a agência é paga para pensar.
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Como você considera que a publicidade e a propaganda se inserem na vida das
pessoas?
Guilherme
Leitão: Na verdade a publicidade chegou em um certo ponto
dela ser entretenimento. Tem gente que gosta de ver intervalo, gosta de grandes
propagandas. As propagandas, hoje em dia, na internet, as pessoas acham
engraçado, compartilham o link de propagandas “gringas” que são engraçadas, que
tem um tom de humor com sérias questões. Então, a propaganda também tem que
deixar de ser só aquela coisa blasé, varejão. Claro, tem as peculiaridades
necessárias para clientes que precisam disso, mas as publicidades criativas
seduzem as pessoas, a pessoa interage com isso. E como vivemos um ambiente
capitalista, a propaganda é intimamente ligada com a vivência da pessoa. Hoje
se você acha uma marca interessante, se você tem uma ideia mais pacifista ou se
você é um ecoguerrilheiro é por causa da propaganda, é por causa do marketing.
O Greenpeace faz um marketing muito forte, por exemplo. Uma série de questões
que influenciam a vida das pessoas por causa da propaganda, do marketing. Até
porque o fundamento dessas atividades é exatamente este: convencer as pessoas
de uma ideia ou de um produto para gerar consumo desse produto ou mesmo de um
ideal.
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Como
as pessoas se inserem ou influenciam a publicidade e a propaganda?
Guilherme
Leitão: A pessoa é um fator muito forte. O brasileiro, por
exemplo, tende a ser muito hipócrita. Ele acha a propaganda “gringa” muito
engraçada quando ela fala do sexual ou, até mesmo, quando usa um humor negro.
Agora se isso é feito no Brasil causa uma polêmica tremenda, então entra a
CONAR. A CONAR é interessante porque ela é autorregulamentada, são as agências
de propaganda que formam o CONAR, então, justamente para evitar um pouco essa
censura nós criamos a nossa própria censura como uma forma de termos o domínio
do que é comunicado. Hoje as pessoas tem uma insistência nesse ponto de moral
que cria muito essa crítica na propaganda.
Acesso:
O
que as pessoas podem esperar da sua participação no evento?
Guilherme
Leitão: A minha ideia é levar vivência prática, trocar
ideia, abrir o assunto. Eu acho que ficar só falando é cansativo e entra em um
ouvido e sai pelo outro. A troca é muito mais positiva. Quero levar algumas
coisas que aconteceram de propaganda na vida e da vida na propaganda e abrir
para as pessoas discutirem isso. A interação vai ser o grande ponto da
palestra, que é o necessário nesse tipo de evento.
Entrevista por Daniel Aguiar
Entrevista por Daniel Aguiar
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Jr.
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