quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Entrevista - Vinicius Zaghetto


Vinicius Zaghetto é formado em Administração de Empresas. No ano de 1993, iniciou sua carreira na área da comunicação com uma pequena agência. Hoje, atua como diretor de criação na Trópico Propaganda, na qual é um dos fundadores.

Vinícius já ganhou o prêmio Tubal Siqueira, um dos maiores festivais do interior do Brasil, além de já ter sido indicado à final do Prêmio Profissionais do Ano, da Rede Globo de Televisão.


1- As reações do público em relação às peças publicitárias são cada vez maiores. Como as agências de publicidade podem tirar proveito dessas manifestações?

Na verdade, a era da publicidade gerada somente pela marca está com os dias contados. Pode parecer um exagero, mas é só olhar as redes sociais para ver que, no fundo, e há muito tempo, o poder vem do público. Os grandes hits da web são gerados por pessoas comuns, ainda que de forma descontrolada. Conseguir entender e controlar isso é o pulo do gato.

2- A Trópico está no mercado há oito anos. Como você destaca o diferencial que a agência oferece para a área da publicidade e propaganda?

Ser uma agência voltada para todos os lados, com um monitoramento permanente do que acontece no ambiente social. Facebook, Pinterest, Instagram, Twitter, entre outros.Trabalhamos com essas ferramentas, e, também pessoalmente, somos apaixonados por isso.

3- Quais aspectos você acredita que influenciaram na proximidade da publicidade e da propaganda com a realidade?

Exatamente o que eu disse anteriormente: participação e engajamento. As pessoas não são apenas espectadoras, mas são players dessa nova realidade. A Luiza que estava no Canadá é uma pessoa comum, filha de um famoso regional, também comum e era realmente um aspecto da vida deles retratado  no comercial. Pode parecer esquisito ou quase acidental, mas é um claro exemplo de como a realidade (da Luiza) e o engajamento (do público das redes) se encontraram e transformaram o fato num fenômeno. Há muito que se aprender com isso.

4- Qual o papel da criação na elaboração de uma peça publicitária ou uma propaganda?

O papel da criação é focado no objetivo. Não a criação pela criação, pela genialidade ou pelo preço gritando no intervalo. O foco, o objetivo é o importante. A criação nada mais é que uma resposta ao enunciado de uma questão.

5- Para aqueles estudantes que estão começando a trabalhar na área, qual o conselho que você deixa?

Sejam apaixonados por isso. Não se contentem, não aceitem nada sem questionar. É não fazer uma coisa por fazer, só para ficar “bacana” ou “bem sacado” ou mesmo “genial”. É fazer por um objetivo, por uma resposta. A criação é uma resposta ao enunciado, como eu disse e toda área de uma agência também deve se comportar dessa maneira.

6 - O que as pessoas podem esperar da sua participação no evento?

Podem esperar uma troca muito legal. Na verdade, tudo isso que eu disse nessa entrevista ou pelo menos boa parte, eu aprendi com as pessoas com quem trabalho ou trabalhei. Todo mundo ensina e todo mundo aprende. Por ser Diretor de Criação experiente e também empresário, tenho a tendência de querer resolver a questão às vezes com minha cabeça ou com as coisas que eu aprendi e acredito. Aí, de repente, alguém da equipe me faz uma pergunta e eu penso: “não sei a resposta.” É a hora que eu me questiono e aprendo, em vez de dirigir e ensinar. Isso é muito gratificante e, em um evento, a história é também a mesma.


Entrevista por Nathália Corrêa
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Jr.

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