Tarcízio Dalpra Jr.
atua como publicitário, dramaturgo e professor. É formado em Comunicação Social
pela UFJF, com MBA em marketing pela FEA-UFJF. Atual diretor de Criação da
Buena Vista Marketing de Guerrilha e professor das disciplinas de Criação e
Redação Publicitária na Faculdade Estácio de Sá, tem forte atuação na área de
marketing político. Seu portfólio conta com premiações no ShowUp da Revista
Meio&Mensagem, Clube de Criação de Juiz de Fora e Prêmio Tubal Siqueira. Na
dramaturgia, com três livros publicados, conquistou por duas vezes o Grande
Prêmio Minas de Dramaturgia (2006-2008) e o Concurso Nacional de Dramaturgia
(2009).
1 - Com base em quais ideais desse meio
publicitário a Buena Vista foi criada?
A Buena Vista, enquanto estrutura, é
relativamente recente, com pouco mais de dois anos no mercado de Juiz de Fora.
No entanto, o novo modelo de agência surgiu da fusão de três agências até então
muito tradicionais no mercado publicitário de Juiz de Fora: Samba Propaganda,
Signa Comunicação e Mostarda Propaganda. Hoje a Buena Vista tem escritórios em
Cabo Frio e Ribeirão Preto, atendendo a clientes de todo o Brasil. O conceito
da empresa gira em torno do "espírito guerreiro", uma forma de
atuação ousada, que coloca o resultado para o cliente acima de tudo. Para a
Buena Vista, não existem fórmulas ou regras. As soluções de comunicação podem
estar em um simples filme de 30" para a TV, ou em uma ousada estratégia de
guerrilha que sequer passe pelas mídias de massa. Planejamento, estratégia e
criatividade formam o tripé sobre o qual se sustenta o modus operandi da Buena
Vista.
2 - Nesse mundo globalizado, como podemos
relacionar a redação publicitária nas diferentes mídias sociais?
A ideia de uma linguagem padrão, única
em estética e conteúdo foi por terra há algum tempo. Se há 20 anos as
linguagens de TV, rádio e mídia impressa já apresentavam um certo
distanciamento, hoje, com a explosão das novas mídias o texto publicitário
precisa se adequar cada vez mais às especificidades do meio. Termos,
expressões, neologismos surgem a cada dia, sobretudo nas redes sociais. Não
existe mais um "modelo de anúncio". A linguagem publicitária está
sendo reconstruída, experimentada, reinventada. E os conceitos criativos
globais devem ser fortes o suficiente para serem entendidos em cada mídia, em
cada cultura. Esse é o grande desafio do publicitário atual.
3 - No seu ponto de vista, como é o mecanismo
de poder que a publicidade e a propaganda atuam sobre as pessoas?
A persuasão sempre foi a base da boa
propaganda. Invadir o imaginário do consumidor, fazê-lo sonhar, criar desejo. E
quando a gente fala de canais (os novos e os "velhos") que atingem
bilhões de pessoas em todo o mundo, a gente está falando sim de poder. Poder de
tensionar a cultura, mudar comportamentos, eleger presidentes... O que o
publicitário/comunicador não pode é subestimar a inteligência e a capacidade de
discernimento do seu consumidor. O acesso quase irrestrito à informação,
trazido pela internet, gera, inevitavelmente, receptores mais críticos,
antenados, desconfiados. O império das mídias de massa está ruindo, e o
receptor começa a tomar as rédeas da situação. É certo que nesse mar de
referências os factóides ganham espaço, e a propaganda, muitas vezes, tenta
utilizá-los como estratégia de abordagem. O que pode não funcionar, como vamos
abordar no workshop.
4 - Qual será o enfoque de seu painel de
debate no evento?
Vamos discutir exatamente essa inversão
de valores entre mídias e receptores. Vamos falar de como o consumidor tem
ganhado poder através das novas mídias. Vamos abordar estratégias de buzz
marketing bem e mal sucedidas. Discutir os erros, os acertos e, principalmente
as tendências dessa "nova abordagem publicitária".
5 - Finalizando, o que o público pode esperar de sua participação no evento?
Muita discussão, reflexão e dinâmicas.
Como disse anteriormente, não vamos trabalhar com conceitos prontos,
pré-formatados. Temos um fazer publicitário em plena fase de reinvenção. Vamos
apresentar cases internacionais, nacionais e regionais - alguns em que eu mesmo
trabalhei dirigindo a criação -, erros e acertos, enfocando sempre o poder
viral da nova comunicação.
Entrevista por Marcela Valladares
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Jr.
Nenhum comentário:
Postar um comentário