domingo, 2 de dezembro de 2012

Entrevista - Tarcízio Dalpra Jr.



Tarcízio Dalpra Jr. atua como publicitário, dramaturgo e professor. É formado em Comunicação Social pela UFJF, com MBA em marketing pela FEA-UFJF. Atual diretor de Criação da Buena Vista Marketing de Guerrilha e professor das disciplinas de Criação e Redação Publicitária na Faculdade Estácio de Sá, tem forte atuação na área de marketing político. Seu portfólio conta com premiações no ShowUp da Revista Meio&Mensagem, Clube de Criação de Juiz de Fora e Prêmio Tubal Siqueira. Na dramaturgia, com três livros publicados, conquistou por duas vezes o Grande Prêmio Minas de Dramaturgia (2006-2008) e o Concurso Nacional de Dramaturgia (2009).

1 - Com base em quais ideais desse meio publicitário a Buena Vista foi criada?       

A Buena Vista, enquanto estrutura, é relativamente recente, com pouco mais de dois anos no mercado de Juiz de Fora. No entanto, o novo modelo de agência surgiu da fusão de três agências até então muito tradicionais no mercado publicitário de Juiz de Fora: Samba Propaganda, Signa Comunicação e Mostarda Propaganda. Hoje a Buena Vista tem escritórios em Cabo Frio e Ribeirão Preto, atendendo a clientes de todo o Brasil. O conceito da empresa gira em torno do "espírito guerreiro", uma forma de atuação ousada, que coloca o resultado para o cliente acima de tudo. Para a Buena Vista, não existem fórmulas ou regras. As soluções de comunicação podem estar em um simples filme de 30" para a TV, ou em uma ousada estratégia de guerrilha que sequer passe pelas mídias de massa. Planejamento, estratégia e criatividade formam o tripé sobre o qual se sustenta o modus operandi da Buena Vista.

2 - Nesse mundo globalizado, como podemos relacionar a redação publicitária nas diferentes mídias sociais?

A ideia de uma linguagem padrão, única em estética e conteúdo foi por terra há algum tempo. Se há 20 anos as linguagens de TV, rádio e mídia impressa já apresentavam um certo distanciamento, hoje, com a explosão das novas mídias o texto publicitário precisa se adequar cada vez mais às especificidades do meio. Termos, expressões, neologismos surgem a cada dia, sobretudo nas redes sociais. Não existe mais um "modelo de anúncio". A linguagem publicitária está sendo reconstruída, experimentada, reinventada. E os conceitos criativos globais devem ser fortes o suficiente para serem entendidos em cada mídia, em cada cultura. Esse é o grande desafio do publicitário atual.   

3 - No seu ponto de vista, como é o mecanismo de poder que a publicidade e a propaganda atuam sobre as pessoas? 

A persuasão sempre foi a base da boa propaganda. Invadir o imaginário do consumidor, fazê-lo sonhar, criar desejo. E quando a gente fala de canais (os novos e os "velhos") que atingem bilhões de pessoas em todo o mundo, a gente está falando sim de poder. Poder de tensionar a cultura, mudar comportamentos, eleger presidentes... O que o publicitário/comunicador não pode é subestimar a inteligência e a capacidade de discernimento do seu consumidor. O acesso quase irrestrito à informação, trazido pela internet, gera, inevitavelmente, receptores mais críticos, antenados, desconfiados. O império das mídias de massa está ruindo, e o receptor começa a tomar as rédeas da situação. É certo que nesse mar de referências os factóides ganham espaço, e a propaganda, muitas vezes, tenta utilizá-los como estratégia de abordagem. O que pode não funcionar, como vamos abordar no workshop.    

4 - Qual será o enfoque de seu painel de debate no evento?

Vamos discutir exatamente essa inversão de valores entre mídias e receptores. Vamos falar de como o consumidor tem ganhado poder através das novas mídias. Vamos abordar estratégias de buzz marketing bem e mal sucedidas. Discutir os erros, os acertos e, principalmente as tendências dessa "nova abordagem publicitária".

5 - Finalizando, o que o público pode esperar de sua participação no evento?

Muita discussão, reflexão e dinâmicas. Como disse anteriormente, não vamos trabalhar com conceitos prontos, pré-formatados. Temos um fazer publicitário em plena fase de reinvenção. Vamos apresentar cases internacionais, nacionais e regionais - alguns em que eu mesmo trabalhei dirigindo a criação -, erros e acertos, enfocando sempre o poder viral da nova comunicação.


Entrevista por Marcela Valladares
Membro do Núcleo de Jornalismo - Acesso Comunicação Jr.

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